quinta-feira, 15 de abril de 2010

Reflexões cotidianas para o cotidiano


- Mas eu não sou machista! É que tu estás vendo alguma outra mulher aqui pra fazer o café?

Quando as situações não são levadas mais a fundo, quase ninguém percebe as desigualdades...
Por que cabe à mulher servir o café? Por que servir café é, majoritariamente, um trabalho destinado à mulher? E se ocupamos cargos iguais aos dos homens e com a mesma carga horária, nossos salários também são iguais aos deles? E nesse caso, a quem será pedido um café? E as mulheres negras, terão as mesmas oportunidades das mulheres brancas?

Esses tempos fui a uma reunião do Conselho Universitário da UFRGS, espaço em que se decidem os rumos da Universidade, espaço que já enalteceu a mulher e a sociedade, que agora possui homens e mulheres trabalhando fora de casa. Espaço que enalteceu, também, as ações afirmativas na Universidade (que na minha opinião merecem todo apoio). Mas, olhando para as pessoas que presidiam o CONSUN, enxerguei apenas homens; olhando para os conselheiros, enxerguei homens e mulheres; olhando para quem servia água e café, enxerguei uma mulher negra. A única pessoa que servia às demais era uma mulher, a única pessoa negra na sala servia às demais.

Um comentário:

Dina Prates disse...

Mas infelizmente isso acontece muito.. Existem lugares piores onde a maioria dos negros estam na equipe de limpeza. Sou bolsista em faculdade particular e só tem duas negras na sala de aula e em pleno ano de 2010 consigo sentir algumas expressões nas entre-linhas que se referem a cor da pele. Como se fizesse alguma diferença todos nós somo gerados e morremos da mesma forma. Por mais que as pessoas digam preconceito racial é dificil de acontecer isso é coisa do passado, ainda sou discriminada, porém aprendi que jamais devo ficar quieta...